Somos todos vítimas de outras vítimas. Tendemos a julgar e apontar o dedo para nossos pais por tudo aquilo que foram ou deixaram de ser, que nos deram ou deixaram de nos dar, como se junto com a vida viesse o direito adquirido de termos todas as nossas necessidades e vontades satisfeitas por eles.
Isso porque aprendemos a idealizar pais perfeitos, super-heróis, imbatíveis… mas, na prática, demoramos a descobrir que eles também são seres humanos. E, pior, muitas vezes descobrimos que não são lá humanos dos mais exemplares. Tudo isso complica demais nossa vida…
É interessante, porém, perceber que nossos pais também foram crianças um dia; também tiveram (ou não) os seus próprios pais; viveram bons e maus momentos e aprenderam coisas. Enfim, talvez devamos notar que eles também tinham uma vida antes de chegarmos ao mundo.
E se os seus pais não sabiam amar a si mesmos, provavelmente porque não aprenderam isso com seus próprios pais, parece que seria impossível a eles ensinarem a você como se amar… seria impossível para eles lhe darem o que jamais conheceram.
O problema é que, na maioria das vezes, a imagem que passavam era de força, proteção, coragem, o que nos impedia de notar as suas dores, fraquezas e frustrações…
Esteja certo, no entanto, de que eles fizeram o melhor que podiam com aquilo que tinham, com o que lhes foi ensinado. E, se for possível e se você quiser compreendê-los melhor, peça-lhes para falarem sobre sua infância, seus pais e sua vida antes de você. Tenho certeza de que poucos minutos escutando o farão entender muita coisa sobre sua própria vida, seus medos e padrões limitantes.
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